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19 de Abril de 2024

OAB lança campanha em defesa do exame de Ordem

Veja a íntegra do texto da diretoria da OAB em defesa da prova.

Publicado por Carina Coelho
há 9 anos

Um instrumento fundamental para garantir a qualidade dos trabalhos prestados pelo advogado na defesa dos interesses do cidadão. É assim que a OAB nNacional, bem como suas 27 seccionais, definem o eExame de Ordem, instrumento garantidor do preparo profissional para o regular exercício da advocacia.

A exemplo do que ocorre no início de cada nova legislatura do Congresso Nacional, a Ordem reafirma sua defesa ao Exame. “Trata-se, essencialmente, da defesa e da proteção do cidadão contra os profissionais sem qualificação para atuar”, afirmou o presidente da entidade, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.

O atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é autor de um PL (2.154/11) que tem o objetivo de extinguir a prova. Durante o mês de fevereiro o site da Casa traz enquete sobre o fim do exame.

Veja o texto da campanha pela manutenção do exame de Ordem, elaborado pela diretoria nacional da OAB.

Exame de Ordem e a proteção da sociedade

A preservação dos direitos das pessoas depende da adequada orientação jurídica e da apropriada demanda judicial, tarefas do advogado. O Exame de Ordem objetiva impedir a atuação profissional de quem não possui o mínimo conhecimento técnico e, dessa forma, proteger o cidadão de injustiças e prejuízos irreparáveis.

Ninguém será privado de bens e de liberdade sem o devido processo legal, sendo assegurada a ampla defesa. Tal princípio constitucional se torna letra morta diante de uma atuação profissional deficitária, incapaz de articular com precisão a tese jurídica necessária à proteção do cidadão contra agressões a seus direitos e interesses.

O aparato jurídico do Estado é composto por profissionais concursados. Juízes, integrantes do Ministério Público, delegados de polícia e advogados públicos são submetidos a rigorosa seleção. O advogado do cidadão também deve ser aprovado num teste de conhecimento mínimo, sob pena de inexistir a necessária paridade a presidir a distribuição da justiça.

Essencial ressaltar que não há curso de advocacia, mas bacharelado em Direito. A graduação abre oportunidades para diversas carreiras jurídicas, cada qual com um teste seletivo para ingresso. A advocacia não é mais nem menos importante que as demais carreiras. Todos os bacharéis em Direito, ao ingressar nas faculdades, têm ciência, desde o edital do vestibular, de que o curso não habilita por si só ao exercício da advocacia.

O Exame de Ordem decorre do artigo , § XIII, da Constituição Federal. Ali está estabelecido que "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". E a legislação existe. É a Lei 8.906, de 1994, declarada constitucional por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal. Os juízes da Suprema Corte consideraram que a advocacia é profissão que pode trazer prejuízos graves a terceiros, razão por que o legislador fica autorizado a instituir o exame para medir a qualificação para o exercício profissional.

No Exame de Ordem brasileiro não há limite de vagas para aprovação. Nem se inibem as tentativas do bacharel para conseguir superar a prova: ele pode prestar tantos exames quantos quiser até atingir a nota mínima exigida. Não há arguição. Trata- se de uma prova com 80 questões objetivas e outra que consiste em apresentar uma petição profissional e com perguntas de ordem prática, na área do Direito escolhida pelo examinando.

Não se pode deixar de observar que o Brasil não é o único país a exigir um teste de conhecimento para advogados. Inúmeros outros adotam o exame de admissão para ingresso na carreira, muitos com etapas mais rigorosas que as nossas, como Itália, França, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Japão, China, México e Chile.

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas revelou que a ampla maioria dos bacharéis é favorável à sua permanência. Essa é também a opinião de professores de Direito e de diretores das boas faculdades, que não querem ser niveladas por baixo. Os cursos que primam pela qualidade aprovam quase todos os alunos e bacharéis logo na primeira submissão ao exame.

Em cada Exame de Ordem é aprovada uma média de 20 mil pessoas. Com a realização de três exames anuais, 60 mil novos advogados começam a atuar por ano no Brasil, mais que uma França de profissionais da advocacia. Temos 850 mil advogados, perdendo apenas para os Estados Unidos e superando em muito a média mundial.

Em 2013, o Brasil teve 95 mil concluintes do curso de Direito; sendo que neste ano foram 64.501 aprovados no Exame de Ordem. Ou seja, 67,89% dos que se formam conseguem aprovação e se tornam advogados.

Numa visão meramente mercantilista, mais rentável seria o fim do Exame de Ordem, pois a OAB passaria a ter milhares de novos inscritos, pagando uma anualidade média de cerca de R$ 800. Uma arrecadação quase bilionária.

A história de luta da nossa entidade, porém, sempre ao lado da sociedade, põe em primeiro lugar a defesa e a proteção do cidadão contra o profissional sem qualificação. É essa a garantia que dá o Exame de Ordem. E da qual não podemos nem devemos, como brasileiros e profissionais, abrir mão.

Fonte: OAB

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9 Comentários

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O exame, em si mesmo, é necessário, mas como RECICLAGEM e não IMPEDIMENTO DE TRABALHAR, que é o caso atual. Quem regula QUALQUER profissão se chama MERCADO; nisso fica nítida a questão mais ideológica que legal, do Estatuto - é socialista de babar!

Totalmente inconstitucional isso! Se o STF não fosse, nos últimos 12 anos, refúgio de empregados do PT, esse impedimento já teria caído, artigos do estatuto etc!

A OAB nacional se transformou, assim como MST etc, em posto avançado do PT e sua ideologia nefasta e antidemocrática. continuar lendo

Que acabe logo como esse exame que não serve para classificar os advogados, ele só serve para deixar qualquer candidato louco de tanto estudar. Se o exame classificasse melhor não teria tantos cometendo crimes. Os senhores ministros deve acabar logo de uma vez com o exame, pois quem realmente precisa de exame nacional e anual é a classe médica que comete mais erros. continuar lendo

Uma correção na sua informação acerca da tal visão mercantilista: vc ignorou o fato de que estudantes de 9º período já fazem o exame, portanto não há de se levar em consideração só a renda com inscrições aferida dos bacharéis.

Sobre a falsa ideia de qualidade profissional e proteção contra profissional sem qualificação não esqueça que o que mais lesa clientes são advogados sem caráter e mal comprometidos com causas menores .... sem contar que o candidato faz prova na 2a fase em área que pode ser diversa da de atuação profissional. Como então foi medido a seu conhecimento?

A qualidade de um profissional não se mede por ter passado em uma prova. Se fosse assim todos concursados seriam excelentes servidores .... com a palavra o juiz "deus" do TJRJ e o dono do porsche do Eike. Assim como não se mede um bom aluno de faculdade pelo simples fato de ter passado no vestibular. continuar lendo

Olá, Armpit! No que diz respeito a correção, entendo e compartilho teu pensamento, mas este texto não é de minha autoria, e sim do site da OAB. Não ilustrei minha opinião sobre o assunto em tela, mas lhe garanto que é compatível com a sua. A ideia de publicar essa notícia é justamente travar este debate sobre a "qualidade do profissional". Tenho amigos formados a cinco anos que não conseguiram passar ainda... E não é por falta de estudo! São pessoas que, na prática, sabem bem o que estão fazendo. Acredito realmente que a prova não determina a qualidade. Se assim fosse, todos os aprovados seriam perfeitamente competentes, como você mencionou. Mas a realidade não é essa... continuar lendo

Desculpe Carina pelo equívoco.

Vamos torcer para que o exame seja reformulado ou extinto, porque hoje é um instrumento falho.

Mas aproveito para fazer uma crítica a OAB por ser tão conivente com a conduta de determinados profissionais apenas pela seu poderio economico e influência. continuar lendo

Discordo da tese defendida pela Oab. .Hoje o cidadão é quem decide contratar determinado advogado, para defender seus direitos.Cabe a ele fazer o julgamento da competencia do seu patrono! Eu por exemplo, não tenho a ordem, por questões profissionais incompatíveis, pra que, pra falar que tem nº OAB.? Atuo em area internacional, faço teses em ingles, defesa de demurrages, chaters party, shipping contracts, e UM ADVOGADO COM OAB, não ENTENDE NADA DISSO, NEM FALA, NEM ESCREVE INGLES, e assina tudo. ! iso é proteção do cidadão!
pergunto eu, bacharel, sou menos preparado, porque nao tenho nr OAB?

Nós não estudamos para fazer prova e acertar o que é errado, e sim o certo.

e outro detalhe, só aqui no Brasil o Bacharel é desvalorizado, por campanha da
OAB, NA EUROPA E USA, TEM MUITO VALOR.
FORA PROVA OAB E PT.! que Deus abençoe o Pres Eduardo Cunha, o que define o perfil e capacidade de um advogado, é a competencia para se estabelecer e conquistar o reconhecimento da sociedade na sua base de atuação, e não mais
um numero!
. Porque o GovernoPT não aproveita tambem e institue prova para obter cpf? continuar lendo

Nos EUA eles tem o Bar Exam, que é a mesma coisa que o da OAB aqui. Se não passar não pode fazer praticamente nada. continuar lendo